Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Intersexual, Assexuais e mais todas as pessoas que fazem parte da comunidade arco-íris: UNI-VOS!
Meus querides leitores, gostaria de lembrar que não existe liberdade possível dentro do capitalismo e as opressões que vivemos cotidianamente tem ligação intrínseca com a estrutura de poder vigente. Particularmente acredito que só existe uma solução possível para avançar a luta pela liberdade dos povos: unir as pautas identitárias fundamentalmente com o a luta anticapitalista.
Vivemos na era das “minorias no TOPO”, a comunidade LGBTQIA+ conquista cada dia mais espaço dentro do sistema e temos até um termo propício pra isso, o famoso Pink Money! Dito isso preciso afirmar que meu ponto não é uma crítica a ascensão monetária das pessoas de nossa comunidade.
É um direito nosso – assim como os dos homens brancos heteros – estar em espaços em que somos escutades, além de remunerades pelo nosso trabalho. Mas, não se esqueçam que nossa luta não é pelo consumo, nossa luta é pela liberdade de sermos quem somos sem sofrer agressões por isso. Não podemos esquecer que o capitalismo é um dos pilares fundamentais que mantém as estruturas excludentes.
Estamos imersos em um sistema que corrói a militância com muita proeza, as pautas identitárias são mercantilizadas e com isso, esvaziadas.
Quando você tem um programa de abrangência nacional, em um país de 220 milhões de habitantes – em que 70% da população tem acesso à rede Globo, muitas inclusive como única plataforma de receber informação – e principalmente, quando você tem muito dinheiro envolvido em marketing digital, o que acontece? Se você mistura essa fórmula de sucesso ao momento histórico que estamos vivendo: um governo fascista e genocida impede as reais possibilidades de melhora da pandemia. O que acontece?
Se você coloca uma pseudomilitância para provocar debates vazios – mas o suficientemente lacradores para levantar essas pautas nas redes sociais – dentro de uma casa vigiada 24 horas por dia. O que acontece?
Bem, meus caros, o que acontece é o escracho, o ódio exacerbado (que inclusive é característica dos fascistas e não nossa).
As pessoas FINALMENTE estão percebendo que tem algo errado com a internet, que toda essa exposição é tóxica, mas eu gostaria de lembrar que isso não é por acaso e muito menos fruto do agora. Essa movimentação é uma espetacularização do nosso surto coletivo.
Primeiro que é um absurdo por si só colocar 20 pessoas dentro de uma casa, após um ano de pandemia e reclusão social, sendo que todos nós ficamos doentes mentalmente (de alguma forma, uns menos outros mais em níveis diferentes de gravidade) com a situação que estamos vivendo. E não poderia ser diferentes: estamos morrendo de forma muito cruel!
Temos mais de 230 mil mortos por negligencia do governo federal. Terras indígenas sendo invadidas por garimpeiros ilegais (que inclusive existe uma movimentação para que os garimpos se tornem algo legal na constituição), vivemos um momento de miséria, fome e desespero.
E nossa juventude está mais preocupada com um entretenimento claramente construído para deslegitimar as lutas sociais. Não vou passar pano aqui pra bifobia, nem pra xenobofia, machismo e todos os outros absurdos que aconteceram dentro desse reality show. Mas precisamos discutir o que realmente está acontecendo com nitidez e clareza sobre os fatos.
Pois bem, eu gostaria de retomar brevemente o título desse texto: B de Bissexual. Muitos de nós são renegados pela própria comunidade LGBTQIA+, que por algum motivo acredita que o B da sigla seja de biscoito.
“Mas você pega mais homens do que mulheres”, “ah mas você tem medo de se assumir gay/lésbica”, “ah mas você só fica com o sexo oposto quando tá bêbado” e outras frases maldosas são muito perigosas. Nós existimos e merecemos respeito, e acima de tudo: merecemos espaço dentro da sociedade!
Precisamos focar no que interessa bichas: derrubar o golpe. O governo Bolsonaro vai acabar destruindo todos nós e estamos correndo cada dia mais perigo...
Não caiam nessa cilada.
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