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Bruna Daroz

Coletivos e Empresas LGBTIA+ Vêm Expandindo Sua Luta

Ativistas pró LGBTIA+ em uma luta que nunca para, e mulheres transsexuais que conquistam seu lugar de direito no mercado de trabalho


ONGs fazem parte da nossa sociedade há séculos. No Brasil, as primeiras surgiram na década de 50, com o intuito de cumprir funções que seriam, em tese, do Estado. Elas surgem com a insatisfação coletiva da população com relação a falta de acesso aos seus direitos, ocorrendo, assim, o “boom” das Organizações Não-Governamentais nos anos 90.


No entanto, ainda que exista um número extenso de ONGs no país, destaca-se uma carência na área de direitos da população LGBTQ+, que luta diariamente por uma vida digna como outros núcleos da sociedade. Apesar do crescimento do número de grupos, os mesmos sofrem para conseguir se manter funcionando.


Foto por Victor Reis

Coletivos como Casa 1, Grupo Gay da Bahia, Grupo Arco-Íris, TransMissão e Mães Pela Diversidade, além de serem centro de acolhida e apoio para pessoas do meio LGBTQ+, lutam pela inclusão destes no mercado de trabalho e na sociedade.


O TransMissão é uma ONG/empresa criada pelas sócias Aline Dias e Ruby Delafuente, formada somente por mulheres transexuais. Elas são planejadoras de eventos, e oferecem serviços como limpeza e buffet. O objetivo é conseguir tirar mulheres trans da rua, oferecendo trabalho e apoio para ingresso no mercado e trabalho. “Acho que o TransMissão é isso. A missão de colocar as trans em seu lugar de direito como qualquer outra pessoa. Somos pessoas! O termo “trans” é apenas uma nomenclatura”, afirma Aline. Ainda não possuem um espaço físico, como diz Aline “O nosso espaço somos nós mesmas”, mas não descarta esse plano para o futuro.


Já o Mães Pela Diversidade, um coletivo composto por mães e pais de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, é um projeto que existe há 10 anos e atua em 25 estados. A maior concentração de membros está em São Paulo, contando com mais de 500 pessoas unidas pelo projeto.



Marcia Regina de Almeida Silva, membro do grupo, diz que o coletivo é de uma extrema importância, sendo muito grata por tê-lo encontrado, uma vez que consegue unir forças com outras mães para lutar pelos direitos de seus filhos. “É a partir disso você começa a se engajar, participar e perceber um novo mundo, que é o mundo da diversidade”, diz.


O Mães Pela Diversidade é um espaço acolhedor com a estrutura necessária para pais e filhos juntos lutarem pelos direitos que já deveriam ser deles. É preciso de fato batalhar, pois em alguns momentos, apenas o amor não basta. E a militância é real, existindo e resistindo em uma política de luta pela garantia de direitos, uma vez que seus membros inclusive entraram em contato com o STF para pedir punições devidas aos crimes relacionados a LGBTfobia.

É uma luta diária e constante, onde coletivos como os apresentados e tantos outros fazem toda a diferença. Colocando-se frente de um papel que deveria ser do Estado, esse tão lento para responder aos apelos da comunidade LGBTQ+ e de tantos outros grupos marginalizados. Motivados pelo bem querer do outro, ninguém soltando a mão de ninguém e juntos formando uma corrente muito mais forte que qualquer agenda de ódio e medo, E assim, a caminhada segue com suas conquistas, entraves e luta, todos juntos por seus ideais.


*Texto publicado originalmente na Edição #04

da Fearless Magazine, em maio de 2018

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