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Lee Aguiar

País Mudo, Não Muda


Protesto #ForaBolsonaro e contra os cortes na educação, saúde e cultura em São Paulo, 13.08.2019. Foto: J.Lee

Estamos assistindo um genocídio acontecer, ao vivo e amplamente televisionado. Um país mudo, não muda.


Querides leitores, o silêncio sobre as 120 mil pessoas atingidas pelas enchentes no Acre é ensurdecedor. Durante o nosso verão, a região norte passa pelo “inverno amazônico”, época do ano em que ocorre chuvas torrenciais na região. Porém, em decorrência das mudanças climáticas, as chuvas aumentaram e vários rios transbordaram no Acre.


No último dia 16, o governador do Acre Gladson Cameli (PP) decretou estado de emergência. Em decorrência das enchentes, o número de casos de covid-19 disparou, além da região enfrentar uma intensa epidemia de dengue (mais de 500 casos por dia), os leitos de UTI estão todos lotados e os hospitais sofrem com falta de energia, água e comida.


Não podemos esquecer, que para apimentar o caos, o Acre ainda sofre com uma crise humanitária em decorrência da intensa migração na fronteira do estado com o Peru.


Há também um aumento de casos de leptospirose nas cidades alagadas. Dez cidades já foram afetadas: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.

Jair Bolsonaro (sem partido) e sua trupe nada declararam sobre o Acre. O telejornal mais famoso do país (Jornal Nacional) decidiu que a situação no estado não valeria se quer uma reportagem completa, mas sim um breve comentário durante a previsão do tempo.


Os maiores jornais do país se calam, assim como se calaram quando o Amapá ficou mais de 20 dias no escuro, no fim de 2020. A mídia tradicional burguesa parece fazer questão em apagar o norte do país, quiçá por um tesão distópico em noticiar somente o que acontece no sul e sudeste do Brasil.


Novamente, os pergunto: o que você tem feito? Nós não podemos nos calar diante desse genocídio e extermínio da população brasileira em nome de uma branquitude fascista e bolsonarista. Vivemos um holocausto à lá tropicana.


Na última sexta-feira (19), o capitão cloroquina assinou decretos que facilitam o acesso a armas para os brasileiros. Sabe o que está acontecendo queride leitor? Uma preparação para uma guerra civil, e quiçá, ela não demore até 2022 para acontecer.


Alimentem seu ódio, só isso pode transformar nossa realidade. País mudo, não muda.

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