top of page
Lee Aguiar

Quanto mais tem que morrer pra essa guerra acabar?

Querides leitores da Índex,


Essa que vos fala está cansada. Sim, exausta, exaurida, surtada, com medo da morte, com pavor da censura, com grito engasgado em cada célula que habita meu ser.


Quiçá, alguns de vocês não lembrem o que foi o desmonte da PEC 241, a famigerada “PEC do fim do mundo”, assinada pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) que congelou o investimento em saúde e educação em um teto de gastos, lá em 2016. Quiçá alguns não lembrem da revolta popular que tomou as ruas, as rádios públicas, as universidades e institutos federais por mais de 3 meses.


Na última semana o Congresso Nacional aprovou uma nova medida de austeridade, muito semelhante ao Teto de Gastos, a famosa PEC 186, conhecida como “PEC emergencial”. A medida, congela os salários de funcionários público – logicamente, deixando de fora os super-salários dos chefes e mandantes dos órgãos públicos – para aprovar um auxílio emergencial de míseros 175 a 375 reais por somente 4 meses para “conter” a pandemia.


Retiramos direitos para garantir um auxílio que não nos permite comprar nem se quer uma cesta básica por mês. Sim, desse jeito mesmo, na cara dura.


ATENÇÃO PAULO GUEDES, O SENHOR É UM GENOCIDA!


Você deve estar se perguntando porque eu comecei esse texto relembrando as mobilizações de 2016, bem meus querides arco-íris, sem revolta popular não há salvação dessa tragédia que chamamos de história.


Se já estamos morrendo de covid-19 por ter que pegar ônibus, metrôs e transportes públicos lotados, ruas abarrotadas de gente negacionista, festas clandestinas etc, não há motivo para não ir para as ruas. Alguns estudos foram feitos nos Estados Unidos da América (EUA) em relação a contaminação do vírus nas manifestações “Black Lives Matters”, que tomou as ruas do país no ano passado, a conclusão é que essas manifestações não transmitem tanto o vírus quanto os exemplos anteriores.


Por ser aglomerações em ambientes abertos, com pessoas de máscaras e mantendo um certo distanciamento social, o vírus não se espalhou mais por causa das manifestações. Porém, mesmo que tivesse, será que vale mais morrer assassinado pela polícia racista ou pelo coronavírus? Há certas perguntas que são cruéis demais para serem feitas.


Vivemos um genocídio planejado pela família fascista Bolsonaro e pela corja dos militares. Um genocídio da população preta, pobre, favelada, indígena, quilombola, LGBTIA+, mulheres, PCDs, e todas as pessoas marginalizadas pelo sistema. São essas pessoas que são obrigadas a sair de casa para trabalharem em condições insalubres durante a pandemia, são essas pessoas que estão morrendo em massa, são essas pessoas que passam fome atualmente no Brasil por negligencia do estado.


Relembro 2016 pois acredito que somente uma Greve Geral com manifestações em massa podem reverter a situação. Ou vocês estão no time que ainda acreditam que estamos em uma democracia – mesmo depois do golpe de 2016 e das eleições fraudulentas (pelas fake News e vários outros fatores) de 2018?


Vivemos um regime civil-militar autoritário. Por esse motivo, precisamos reagir.

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page