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Luca Weingärtner

Take Me To The Ball

Atualizado: 23 de set. de 2020


Em Ordem: Slim Soledad, Anddy Williams, Zyla, Aretha Saduck, Bianca DellaFancy, Ilunga Mlanda e Tiemi Tamura

O Voguing surgiu nos Estados Unidos e popularizou-se na década de 80. Possui este nome por causa da Vogue Magazine, já que a dança, além de receber influências das artes marciais, da ginástica artística e do teatro de sombras, baseia seus movimentos nas poses que as modelos fazem nas capas de revistas de moda. Tem como expoente o dançarino e coreografo, Willi Ninja (1961-2006), considerado o “padrinho” do voguing.


A dança pode ser dividia em cinco categorias: Hand Performance (movimento de mãos), Catwalk (versão estilizada do desfilar das modelos nas passarelas), Duckwalk (andar e dançar agachado), Floor Performance (levar sua dança ao solo, dançar deitado) e Spins, Dips and Drops (giros, mergulhos e quedas – parte da dança que demanda muita destreza e flexibilidade).


Throw shade” (ou “gongar”, na tradução Herbert Richers) é uma das principais motivações da dança. Tem um problema com alguém? Resolva na pista. Quem dançar melhor, ganha a briga. E assim começaram as disputas entre “famílias” nos ballrooms.


Os balls ou kiki balls aconteciam em salões de baile nas grandes cidades estadunidenses, os ballrooms. Os frequentadores eram, em maioria massiva, LGBTQs negros e latinos. Os grupos competidores eram conhecidos como “Houses” e eram como uma família de dança para xs participantes. As mais tradicionais são: House of Ninja (do próprio Willi Ninja), House of LaBeija e House of Xtravaganza. Cada casa possuía um pai/mãe – título independente de gênero – que era responsável por cuidar das “crianças”, os outros integrantes.



Na competição, os jurados, além de avaliarem a dança, também consideravam o visual e a atitude do dançarino dentro de algumas categorias, como butch queen (para integrantes masculinizadas), femme queen (para as “beeeem menininhas” – beijos, Fernanda Gentil), sex siren (sensuais), entre outras.


Logo, as famílias, que eram só um grupo de dança, começaram a suprir o papel da família de laço sanguíneo dos integrantes, já que muitos não tinham ou foram expulsos das que tinham. Os ballrooms tornaram-se lares, sinônimo de acolhimento, empoderamento e ativismo. Toda forma de sofrimento, angústia, negatividade que você carrega consigo, é para ser deixada na pista de dança.


Com o início da propagação do vírus HIV e da AIDS nos Estados Unidos, muitos jovens começaram a morrer de um jeito que nunca tinha sido visto no país. As pessoas tinham medo de contrair o vírus em banheiros, no ar, através do contato físico, o que trouxe ainda mais preconceito para quem já era rejeitado e foi aprisionando cada vez mais xs LGBTQ’s em seus refúgios, tornando os ballrooms e clubes cada vez mais importantes para o convívio social da comunidade. E isso ainda acontece na atualidade: os balls ainda existem, mas agora em diversos países e não só nos EUA.


Para mais conhecimento sobre o assunto, o documentário Paris is Burning, da diretora Jennie Livingston, lançado em 1991, manifesta a cena LGBTQ+ em Nova York e exibe cenas que foram gravadas em diferentes momentos da década de 80.



Making Of:


Direção Criativa: Luca Weingärtner (@lucaweingartner)

Fotografia: Ótavio Guiarino (@tataguarino)

Argumento e Conceito: Guilherme Lourenço (@guirxx) & Luca Weingärtner

Produção: Daniela Lourenço (@lourencu), Guilherme Lourenço & Luca Weingärtner

Ass. de Fotografia: Maysa Mendes & Brina Magalhães

Moda: Bruno Sales (@salesbruno), Caique Tavares (@caiqetavares), Lucas Cancian (@xlqsx), Matheus Capanema (@matheus_qnity) & Tiemi Tamura (@tiemi.tamura)

Beleza: Rafael Holland (@holland.vision) & Vitor Gaspar (@bonimakeup)


*Texto publicado originalmente na Edição #03

da Fearless Magazine, em agosto de 2018

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